O Natal Russo
O Natal na Rússia consiste numa grande festa, depois da Páscoa, porque celebra o mistério fundamental da fé, a encarnação do verbo de Deus.
Como na Páscoa existe uma preparação de 40 dias de jejum e oração – a Quaresma do Natal ou Quaresma de S. Felipe, começando a 14 de Novembro, festa do apóstolo Felipe.
São recordados no domingo entre 11 e 17 de Dezembro de uma maneira especial, os santos patriarcas que esperam a vida do Salvador. Já no domingo entre 18 e 24 de Dezembro são comemorados os antepassados de Jesus, mencionados nos Evangelhos.
Com a aproximação da festa a liturgia envolve as pessoas na expectativa do enternecedor mistério de Deus.
Na véspera do Natal, tendo o nome “Sotchélnik” intensifica-se o jejum, que tem como duração o dia inteiro até nascer a primeira estrela do céu.
Existe também três grandes cerimónias.
A primeira é um Ofício das horas Imperiais são assim chamadas porque eram celebradas com a presença do Imperador e da corte imperial do esplendor de que se reveste a cerimónia.
A segunda cerimónia é o Ofício de Vésperas Solenes com a Liturgia de S. Basílio.
A terceira cerimónia é a grande vigília nocturna que consta das completas Festivas com a cerimónia da Litiá (bênção dos pães) e o tradicional cântico “Deus está connosco”. De seguida o Ofício das Matinas com o cântico do tropário e konákion.
Na manhã do dia de Natal a Liturgia (a missa) é celebrada com uma solenidade só igualada á da Páscoa. No final realiza-se o Moleben ou Ofício com cântico “Deus está connosco”.
Seguido pela igreja russa, o natal é festejado a 7 de Janeiro porque o calendário Juliano, distanciava-se no século XX, 13 dias do calendário gregoriano, adoptando no ocidente.
No calendário Juliano cada século aumenta um dia, sendo assim, no século XXI no dia 8 deveria ocorrer o natal, mas continua a ser celebrado no dia 7.
Na ceia da Vigília do natal não se come carne, mas sim iguarias próprias da festa, não podendo faltar o pudim de trigo (ou arroz) com mel, chamada “Kutiá”, que simboliza a doçura do Reino de Deus.
A árvore de natal não pode faltar em nenhuma casa, enfeitada com flores e velas, conforme um antigo costume que o Czar Pedro, o grande, tinha trazido da Holanda no século XVIII. Nos 12 dias que seguem, chamados como “ Sviátki” (dias dos Santos), as casas dos paroquianos são visitadas e benzidas pelos párocos, partilhando com eles a alegria do natal.